Em
2003, a partir de uma iniciativa da Reserva Ecológica de
Guapiaçu-REGUA, uma ONG local, teve início a discussão sobre a
Agenda 21.
A
duras penas, a bióloga Eleonora Camargo organizou um grupo e começou
a divulgar esse tema no município por meio de palestras e eventos.
Em
seguida, a ONG encaminhou um projeto ao Fundo Nacional de Meio
Ambiente (FNMA) para a elaboração da Agenda 21 Local de Cachoeiras
de Macacu. O projeto “Elaboração do Plano de desenvolvimento
Sustentável – Agenda 21 de Cachoeiras de Macacu” foi executado
mediante parceria entre a REGUA e a Prefeitura Municipal, contando
com a participação de inúmeras pessoas.
Esse
primeiro projeto propôs a realização dos quatro primeiros passos
sugeridos pelo Ministério do Meio Ambiente:
- Mobilizar para sensibilizar Governo e Sociedade;
- Criar o Fórum da Agenda 21;
- Elaborar Diagnóstico socioambiental de forma participativa;
- Elaborar o Plano de Desenvolvimento Sustentável, ou Plano de Ação.
Assim
foram sensibilizados 1.045 atores sociais e criado o Fórum.
A
elaboração do Diagnóstico contou com uma base técnica e
participação da sociedade que colaborou participando das Oficinas e
respondendo a um questionário composto de três blocos de perguntas:
Perfil de equidade Social, Perfil Socioeconômico e Perfil de
Conservação Ambiental.
As
Oficinas utilizaram a metodologia do Instituto Ecoar para Cidadania:
- Oficinas com Jovens do Ensino Médio em Cachoeiras de Macacu
- Oficinas com as Comunidades de Japuíba, de Papucaia, de Agrobrasil, de Faraó, de Cachoeiras de Macacu, de Maraporã, do Guapiaçu, de serra Queimada, de São José da Boa Morte;
- Oficinas com o Setor Privado
“Durante
cinco anos de realização deste Projeto houve um contato
privilegiado com a Comunidade envolvida, seus potenciais, suas
expectativas e suas fragilidades, Encontros nas diferentes
localidades do território municipal proporcionaram o entrosamento da
equipe técnica com a população.”
Em
2007 foi publicado o resultado desse trabalho detalhando o processo
participativo que envolveu a comunidade local até dezembro daquele
ano.
No
entanto, quando esse material foi finalizado, houve uma expectativa
sobre a instalação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de
Janeiro (Comperj), pois entre março e julho de 2007, a Caravana
Comperj da Petrobras visitou os municípios para divulgar o
empreendimento e as ações de relacionamento propostas para a
região, convidando lideranças a participar do processo da Agenda 21
Local.
Na
ocasião, os representantes do Fórum de Cachoeiras de Macacu se
mostraram receosos de que o trabalho não considerasse o processo já
desenvolvido no município.
Teve
início, então, uma nova e difícil tarefa: a reelaboração do
Plano Local de Desenvolvimento Sustentável – uma nova forma de
trabalho, novas metodologias, novos caminhos... Tudo novo sobre tudo
o que já havia sido realizado. Porém, com a necessidade de novos
olhares e muitas dúvidas.
Uma
grande confusão, que aos poucos foi se dissolvendo com a colaboração
dos facilitadores contratados para essa etapa.
Ao longo da realização
das oficinas observou-se que o receio com relação ao processo em
curso e ao compromisso do poder público foi se desfazendo,
possibilitando construir um forte engajamento das pessoas nas
discussões que apontaram as preocupações, potencialidades e
contribuições para as propostas de planos de ação em Cachoeiras
de Macacu.
O
desafio era igual para todos. A experiência que adquirimos nos fazia
entender que todo esse processo começava a fazer sentido.
Conquistamos novas pessoas e repensamos várias propostas.
Unimos
um grupo incansável na luta por finalizar de forma honesta e leal
cada uma das tarefas que nos eram encaminhadas. A Fase de
Consolidação do processo foi o momento de reunir os quatro setores
para consolidar coletivamente as potencialidades e preocupações
apontadas por cada um deles. Em 6 de novembro de 2008, os
representantes de Cachoeiras de Macacu viajaram até Rio Bonito para
trabalhar nas oficinas de consolidação. A partir dela, os
resultados setoriais foram reestruturados e o Fórum da Agenda 21 do
município, reconstituído.
Este
novo documento contou com a verdadeira participação de cada um dos
membros do grupo, que trabalhou em feriados e finais de semana para
concluí-lo da melhor maneira.
Agora,
com o Plano de desenvolvimento Sustentável em mãos, estamos na fase
de Implementação e monitoramento desse PLDS. Um Plano de longo
alcance que precisa da participação de todos.
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